sábado, 24 de outubro de 2009

Morte nos Bálcãs: barril de pólvora à vista

29 de junho de 1914

Ontem, dia 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, sobrinho do Imperador Francisco José e herdeiro do trono Austro-Húngaro e sua esposa Sofia, duquesa de Hohenburg, foram assassinados em Sarajevo, cidade do Império Austro-Húngaro. A conspiração envolveu Gavrilo Princip, um estudante sérvio que fazia parte de um grupo de quinze assaltantes que formavam o grupo Bósnia Jovem, que atuava em conjunto com a organização secreta Mão Negra .
Depois da guerra em que Bulgária e Áustria-Hungria foram derrotados por Sérvia, Montenegro, Romênia e Grécia, os povos eslavos da Bósnia-Herzegovina usaram a confusão da guerra e do pós-guerra para se rebelar com o respaldo da Sérvia contra a Áustria-Hungria pela independência. O arquiduque assim, a fim de acalmar os ânimos, viajou para a cidade para anunciar a formação de uma monarquia tríplice (austro-húngara-eslava), elevando teoricamente a Bósnia e a Herzegovina ao mesmo nível de Áustria e Hungria quando foi assassinado.
Já se esperam represálias do Império Austro-Húngaro em relação à Sérvia, pois ela apóia a idéia de Grande Sérvia, agitando assim os movimentos nacionalistas eslavos das regiões dos impérios Otomano e Austro-Húngaro. A Rússia, importante aliada da Sérvia, a respalda pois espera que o pan-eslavismo (movimento nacionalista das etnias eslavas), aumente a sua influência e supremacia sobre os povos eslavos dos Bálcãs.
A expectativa na Europa de uma guerra futura é grande pois os principais países do continente estão divididos em 2 alianças militares: Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia) e Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro). Os ânimos estão acirrados principalmente pela disputa de áreas coloniais na África (casos recente de Marrocos e Congo) e o revanchismo francês em relação à Alemanha pela perda da Alsácia-Lorena, na guerra Franco-Prussiana em 1870.
Informações secretas informam um posicionamento dúbio da Itália na Europa pois embora tenha diferenças em relação à França (principalmente em relação à anexação da Tunísia pelo país), não esconde de ninguém seu desejo de anexar as regiões irredentas, do Império Austro-Húngaro. Logo, a chance de uma guerra é grande, tamanho o clima de rivalidade existente no continente.